segunda-feira, 20 de setembro de 2010

cal da solidão



quando a última batalha dos meus olhos, se der por vencida!



e o furta - cor da pele queimada de afrodisíacos perfumes


aprisionar na garganta seca o som dos afogados sonhos


como resistir? a humana flor silvestre do sertão?


objeto perfeito das tuas vestes brancas de algodão


tecendo um emaranhado cordel nas linhas do teu sorriso


recolhe as flores de cactos da terra seca desse coração




e devora toda areia estéreo do mais quente e seco deserto


derrama pelas paredes do meu corpo o cal da solidão


derruba o labirinto de sonhos que nunca existiu


e apaga a luz artificial do nosso sol, manhãs que não tivemos


esconde todas estrelas azuis turquesa esquecidas na cama






e joga no cósmico toda tentativa inútil de esquecer


não verei mais esses olhos, olhos indecifráveis...


o vento esconde uma louca canção afável aos ouvidos


com palavras doces de amor que nunca foram ditas.





Josinalda Lira








































3 comentários:

  1. ADOREI ESTE POEMA POR SUA DENSIDADE SENTIMENTAL EM EXTREMIDADES DE PALAVRAS SELECIONADAS PELO ADJUNTO ADOTADO DA ESTRUTURA POETCA. Nota 10

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  2. Retribuindo a visita e também o abraço poético me encontro aqui para parabenizá-la pelo blog e também pela forma magnifica com que você joga com as palavras, lindo texto Josinalda, grato por compartilhar comigo este momento de introspecção aos seus tesxtos; tenha um lindo e proveitoso final de semana onde a luz e a paz possam serem constantes ao seu existir, beijo Ricardo Augusto

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  3. parabéns amiga pelo lindo trabalho poético,
    fiquei encanta!!!
    bjsssss

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