sábado, 23 de outubro de 2010

Terra Seca e Quente (Poema conto)






ninguém enxugou suas lágrimas na palma da mão via-se seu rosto

e um gosto amargo, da imagem que o espelho refletia a sol do meio- dia

ela esqueceu de amar... não sorria


vivia naquela terra


que queimava e secava


seus cabelos tão negros e sol parecia adorar


aquele negro diante de nada


no sol de fé de tantos santos


de olhos de veludo


que pediam e imploravam


tristes tentavam amar


mas odiavam aquela terra seca


naquele solo de tantos outros que sumiam


que dormiam, que já não choravam e não mais sofriam


a distante viagem da terra seca e quente


da mais próxima e distante ruína


que se fez a vez


da adorada dos cabelos negros


se foi no grito


que lá no infinito os eco ecoavam


seus cabelos mergulharão na terra voavam ainda no resto de vento


o sol ia se pôr soltava os últimos raios quentes no corpo da bela


o sol se despedia daquele corpo morto


que o vento cobria de terra


das lágrimas e do gosto amargo...


lá ela havia nascido


esquecerá de amar


esquecerá de sorrir.




(Josinalda Lira)




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Versos de Viola





meu amor de girassol




de passarinho



meu amor de menininho



surgindo de um vendaval



é tão grande meu martírio



minha dor é teu suplício



que bem longe desaguou



sou tocador de repente



faço versos na viola



encanto todas as rosas



mas só tu que quero flor.






Josinalda Lira

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

bem – vindo

 

chegou o verão !


ainda é primavera no teu coração


desperta a minha boca


no obscuro da alma divino fogo


semideus da orgia


bem – vinda tua cama


o clarão do dia


o vôo raso da cotovia


o crespo ar frio da manhã


bem- vindo o sol morno


o sol do amanhecer



bem- aventurados os que acordam o pôr-do-sol


no exaltar do dia


bem -vinda vida


o habitar das flores


os cálidos rios enchendo o mar


nas asas transparentes do meu anjo


triunfa novamente sobre meu seio


seja bem – vindo.


Josinalda Lira