terça-feira, 2 de agosto de 2011

LEVARAM MEUS AMORES







LEVARAM MEUS AMORES
FOI O VENTO ?
FOI O DESTINO?
NÃO SEI
LEVARAM MEUS AMORES
E HOJE ESTOU SÓ
LEVARAM...
TRAGAM-ME DE VOLTA OS MEUS AMORES
AQUELE MENINO QUE PESCAVA (MEU IRMÃO)
AQUELE MOÇO DE QUATROS FILHOS ( MEU OUTRO IRMÃO)
AQUELA JOVEM SENHORA QUE AMAVA OS PÁSSAROS (MINHA MÃE)
TRAGAM-ME DE VOLTA MEUS AMORES
EU TENHO MEDO DESSA SAUDADE
OU DIGA PRA ELES QUE EU NÃO OS ESQUECI....






Josinalda Lira

domingo, 24 de julho de 2011

A VALSA



tu, ontem dançavas
dançavas com as faces em rosa
                 no vivo, lascivo, carmim
na valsa.
falsa!
sorrias contente
                           sem pena de mim.



Josinalda Lira

sábado, 16 de julho de 2011

Coisas esquecidas







serei, eu ou parte de mim
que cansada viverá muda
e vivendo na nudez do silêncio
num lugar qualquer do esquecimento
morta na sutileza do pensamento
nem o nome gravado na lembrança
nem uma folha de papel com palavras
nem uma música na madrugada
faz lembrar... faz saber
nem um único gesto de carinho
nem um toque macio de minhas mãos
nem o perfume... faz recordar
se estou morta em todos os sentidos
permanecerei como tal
e nos segundos que se seguem à vida
essas coisas esquecidas... morrem comigo
.




Josinalda Lira

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ave de rapina

voa ave de rapina...


voou e só deixou


minhas anáguas sujas de lembranças


emudeço... em mim o amor nasceu


e na aurora ao longe


ainda vejo suas asas a pousar


em outros amores...


acreditas que sem mim podes ser feliz


eu... eu sei que não posso.



Josinalda Lira


terça-feira, 12 de julho de 2011

A bruxinha



perdi minha vassoura
e os livros de encantamentos
acho que fui roubada pelas fadas
e pelos os duendes da floresta
ou será foram os editores das historias infantis?
que vivem falando mal de mim
mentirosos, sou boa moça
sou apenas uma bruxinha
que não teve a sorte
de ser princesa.

Josinalda Lira

sábado, 9 de julho de 2011

A CHUVA





o céu está escuro
as nuvens negras
esconde tua beleza
estas em cada pedaço de sol
que iluminou o dia
agora a águas se derramam
passeando pelas ruas
escorregando pelos telhados das casas
parecendo um riacho sem peixe
então teus cabelos cantam e dançam
a canção de um coqueiral inclinado pelo vento
pedaços de cores que se misturam
deságua mas adiante
deságua onde desejar
faço um poema que fale sobre ti
se tu trás vida a tantas coisas
se tu matas tantas coisas
então choro por ti...


Josinalda Lira

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CARTA PARA O MEU IRMÃO (Fábio Miranda)

 

                                                                João Pessoa, PB  um triste dia.





Tantos anos se passaram meu irmão, o tempo tentou parar e chorar comigo.
Mas o tempo não parou, a luz de vela se apagou e no escuro eu chorei...
Talvez aquelas águas mortas estejam sofrendo por ter roubado a tua vida
que tanto brincou descalço, olhava para seus pezinhos cansados e continuava livre a correr!
Amava aquelas águas mortas e nela vivia a pescar era um pescador meio gente, talvez nem meio fosse.
Tão pequeno nos olhos, na decepção do peixe que escapou! Ali ficou uma semente, das lembranças que o tempo deixou nascer. Ficou na minha lembrança, talvez uma esperança que você deixou...
Agora você corre nos céus... Pisando em nuvens, imagino seus olhos de criança que entra na dança e vive a sorrir...
Embriagando o ar com um perfume puro agradável de anos felizes
Você só traz paz a memória...Meu pequeno irmão.
O tempo de sua eterna infância.
           


                                                       Ps: Eu tinha 14 anos quando escrevi está carta

terça-feira, 28 de junho de 2011

instantes passados




somente por ti guardarei  as gotas da chuva em meu corpo
como se fosse parte da minha
se você é uma canção
és música nova pra mim
és uma constelação... toda cor da noite
na despedida sem lágrimas és toda dor calada
és toda partida que fica e que  jamais se foi
entre um sonho embriagado de pesadelos
estarei triste e ao mesmo tempo feliz
por ti... por momentos em ti
e dentro de mim... e dentro de ti
nós unificados por instantes no passado.


Josinalda Lira

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Foto Josinalda Lira



Sou mulher...
Água... Quando choro...
Vento... Quando penso...
Perfume... Quando sinto...
Sou  terra bem-vinda!
Fértil...
Que povoa  o mundo...






Josinalda Lira

segunda-feira, 13 de junho de 2011

acorrentado




                 ai de ti...

estás acorrentado

como um prisioneiro nessa terra


deixo-se deleitar sobre as águas


como tuas formas perfeitas.






ai de mim que saboroso licor tua boca


deixe que eu erre


ti beba um pouco mais


até que em embriague de você


e morra ...morra de amor.










Josinalda Lira


domingo, 5 de junho de 2011

com ou sem você



com ou sem você



o sol nasce pra mim


caminho pelas flores


e a felicidade visita a minha casa


todos os dias...


canto o canto dos pássaros


sorrindo vou seguindo sem você


não é um sorriso tão bom


como deveria sorrir


ao seu lado


com ou sem você


necessito ir vivendo.


 
 
 
Josinalda Lira

segunda-feira, 30 de maio de 2011



Que a terra me leve senhor


Que me abençoe como as pedras


Que me faça brincadeira com a terra


Que tome o planeta a relva que me cobre


Para no inferno crepitar como as pedras


Nos vales que escurecem


Quando olho e não vejo


Que a terra me leve


Muito além dos séculos


É por demais frio esse chão


Essa terra senhor.






Josinalda Lira

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Crê





Meu amor ainda é seu

Crê nisso?

Acredita que meu corpo almeja


Cada milímetro do seu


Crê?


A nossa separação é escolha


feita...


Uma praga ... o Fim... Mal olhado em nós

de alguém invejoso...



 Crê ...


Que quem separa o amor


Que quem desejou isso


Ira sofrer do mesmo mal


Crê?


Eu creio...







Josinalda Lira





quinta-feira, 19 de maio de 2011

esse amor


jamais o esquecerei
sem você eu sou triste
sim,o destino nos mantém distantes
infeliz me faz
a distancia desse amor.





onde posso descansar?
meu coração chorar?
raios desse amor
estão o céu e não se tocam






sim, não se tocam
como as estrelas e as linhas do horizonte
céu eterno...
eterno como esse amor.



Josinalda Lira



(coletânea fragmentos poéticos pág:59 editora Imprell)





segunda-feira, 16 de maio de 2011

carta de adeus



o que você não tem?


o que posso fazer para te dar?


se todos os beijos mais doces que tinham meus lábios


como um beija - flor depositei em tua boca


boca que um dia julguei ser minha


como uma tola te falei um dia


(quero te fazer feliz!)


deixei de ser encanto, no dia que te conheci


deixei de ser luz, flor e primavera


e tornei-me uma bruxa esquisita


nas noites em que me tornava sua


eu era e queria ser


mas isso tudo não bastava


não era o suficiente


o que tu eras ...


não queria ser...


o que eu fui...


não valeu, não foi nada


apenas uma chuva veraneia


que molhou teu corpo


e nos primeiros raios de sol, evaporou


tornou-se vento


como as palavras que me dizias


e se não há nada


nem um fio de cabelo que te prenda


pago o preço por não ser


o que nunca fui


(um amor em sua vida !)






Josinalda Lira

terça-feira, 10 de maio de 2011

Auto-estima



não adianta falar do meu cabelo


sei que ele é lindo


nem dizer que não posso,


posso tudo ...


eu...você é toda torcida do flamengo... pode!


nós infinitamente somos capazes


os sonhos são meus


posso fazer deles uma realidade


sei que a vida é fácil


viver é fácil ...


difícil é encontrar pessoas verdadeiras


nas nossas vidas


que olhem nos olhos


e digam verdadeiramente


o quanto você é capaz!







Josinalda Lira

quarta-feira, 4 de maio de 2011

melodia










tocas-me


sou melodia


harpa na orquestra da sua boca


violão nas suas mãos de maestro


sou acorde nos cabelos


onde desliza os dedos


sou som agudo a cada toque seu


canção nos pelos grudado em minhas coxas


sou timbre que soa


eu sou o amor sonoro


em seus ouvidos : a amar









Josinalda lira

segunda-feira, 25 de abril de 2011

poema meu lugar




lentos,



são os fios do crochê


quando bordava meus lençóis


e a renda branca sendo tecida


nas mãos da rendeira, na ladeira de Mandacaru


devagar são os caminhos em dias quentes


no chão ardido de sol


perto do Meio do mundo.


rápido é o tejuaçu


que meu tio caça no cerrado de Esperança


na fome dos parentes sobreviventes.


veloz é a minha maneira de corromper


a palavra quando não escrevo


não amo e não vivo.






Josinalda Lira

quarta-feira, 23 de março de 2011

seus olhos

Seus olhos são como uma fonte



Que sacia a minha sede de viver


Pelos teus olhos vejo: mágica e amor


Um amor tão grande que chega a magoar o peito


Você é como um poema


Que só fala de amor e amor...






...



Josinalda Lira

quinta-feira, 17 de março de 2011

Prova de matemática



Sempre faço a prova dos 9 fora

Fora: tristeza


Fora: desprezo


Fora: traição


Fora: angustia


Fora: antipatia


Fora: inveja


Fora: mentira


Fora: calúnia


Pronto vamos fazer essa matemática em nossas vidas


só deixando o 10 no peito: DEUS!



Josinalda Lira

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


passarinho eu sou



pelas alvoradas


tenho o céu como morada


e a solidão do meu amor


não canto!


tenho só pranto


ao vê em minhas mãos


oferecendo só migalhas de um amor


não correspondido


e diz ao meu ouvido:


voa... mais volta


só não podes pousar criar morada


na minha vida.






Josinalda Lira

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

esquecer





Esquecer...



os beijos em promessas


as noites adormecidas e só


os dias de espera... e nunca virás!


esquecer ... a poesia...esquecida


apagada, deletada...


esquecer o som da voz do outro...


versos, escondidos na lembrança


adormecer os pensamentos loucos


em pesadelos surdos... boca calada.










Josinalda Lira

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Noites estreladas

                                        és o meu pedido

nas noites estreladas

quando uma estrela cai.

és a minha sede adocicada do néctar colhido da flor a beira do penhasco

és mágico quando faz dos meus olhos um diamante

de valor inigualável quando o vejo

és também o sal do nosso suor

quando viajamos no espaço

fazendo trilha na anatomia dos nossos corpos nus.


(Josinalda Lira)




















quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

mini -conto

Histórias que ouvia pra dormir  ( aqui descrita por mim da minha maneira  espero que gostem)






O cão guardião


Uma senhora à beira da morte chama a filha:

-Filha, é chegada a minha hora, quero pedir a você uma coisa preste, bastante atenção:




-Somos pobres e você ainda é muito jovem e bela




tenho medo que aconteça algo com você





por isso, vou deixar aos seus cuidados nosso cão




-Ele é dócil e companheiro!




-Prometi à sua tia que ia deixar ele com ela, mas pensei melhor e acho que ele deve ficar com você.




-Ele será seu guardião e não deixará que nada de mal aconteça a você tome conta dele, promete?




-Prometo mamãe...disse a filha.




A velha senhora fechou os olhos e nunca mais abriu.




A filha muito triste sem a mãe, chorou e só tinha como companhia o cão que não a deixava sozinha um só minuto.




Um dia, ia ela e o cão pelas proximidades de sua casa




Quando um belo jovem de feições nobre e muito gentil se aproximou da moça e disse:




-Que bela criatura que vejo, boa tarde!




Ela respondeu entre sorrisos:




-Boa tarde




-Sou novo aqui na cidade, me chamo Bernardo Feitosa




-Prazer




Ao tocar sua mão, a jovem ficou encantada com tanta gentileza




O cão mais que depressa rosnou para o rapaz




E quase o mordeu




A garota ficou brava e quase bateu no cachorro pediu mil desculpa e foi embora prometendo estar ali no outro dia, no mesmo horário.




No outro dia, perfumada e feliz foi encontrar com o rapaz




E o cachorro foi também




E quando o rapaz se aproximou




O cão novamente avançou e tirou um fio de sangue da mão do rapaz




A dona do cachorro ficou desesperada sem saber o que dizer




-O que posso fazer pra me desculpar




-Tranque esse cachorro




Ela se despediu e no outro dia trancou o cachorro




com correntes e cadeados no portão e foi se encontrar com o rapaz




Ao chegar muito feliz disse:




-Estamos livres, o cão está preso.




O rapaz sorriu




E ia pegar na sua mão




E diz: -Porque não me leva em sua casa?




-Esta bem, amanhã o espero lá. Passou o endereço e combinaram o horário




Quando o rapaz se aproximou para beijá-la, o cão apareceu ameaçador




-Você não disse que tinha prendido esse cão?




-Eu prendi, mais não sei como ele se soltou.




-O que posso fazer, ele não gosta de você?




-Por que você não o mata esse cão é um perigo!




-Mas prometi a minha mãe cuidar dele e ele cuidar de mim




-Você agora não precisa dele, você tem a mim, eu cuido de você




O cachorro latiu ferozmente




-Mate-o, antes que ele me mate!




Pensando em perder seu amor, ela concordou




e no outro dia matou o cachorro e enterrou no quintal




Estava triste, mas seu amor por aquele jovem tão lindo era maior




A noite arrumou a casa e colocou seu melhor vestido e o esperou




Quando ele chegou e ela muito feliz ia abrir a porta




O cachorro surgiu do nada, como se fosse um leão e avança no rapaz




-Meu deus!


-Você me prometeu que ia matar esse cachorro




Ela apavorada diz : - Eu o matei e o enterrei no Quintal!




-Como pode está vivo!




-Vou embora




-Mate-o novamente e o jogue no mar




Assim , no outro dia, ela mata o cachorro, aluga um barco de pesca e o joga em alto- mar




E a noite, novamente espera por seu amor




Ao chegar, ela corre para abraçá-lo




Mais que depressa surge outra vez na sua frente o cachorro, todo molhado rosnando e querendo matar o rapaz




-Eu não acredito, você não matou o cachorro?




-Eu o matei. !Desespera-se




-Quer que ele me mate? Perguntou o rapaz




-Não, meu amor, eu o joguei no mar




-Pois amanhã , você o mata e o queima, as cinzas você joga ao vento




- Eu volto amanhã




Ela já acreditando que era um pesadelo aquele cão horrível




No outro dia , ela mata o cachorro




-Queima-o e joga as cinzas ao vento.




À noite ,antes de entrar, o rapaz pergunta :-Fez como eu mandei?




-Sim




E entrou. -Que bom que estamos livres e sozinhos!




-Sim, só eu e você. Ela responde




-Que bom. Ele falou entre beijinhos




e seus beijos vão se tornando cada vez mais intensos




Até que começou a doer e ela pede para ele parar




E ele morde a sua mão com tanta força que tira um pedaço




Ela corre apavorada sangrando




E grita por socorro, desesperada lembra do cão e o chama, pede ajuda.




E o rapaz devora sua carne e diz:




- Quero mais, tenho fome




O cão chega na porta e fala




-Come bicho ...come!





Fim





Josinalda Lira