domingo, 24 de julho de 2011

A VALSA



tu, ontem dançavas
dançavas com as faces em rosa
                 no vivo, lascivo, carmim
na valsa.
falsa!
sorrias contente
                           sem pena de mim.



Josinalda Lira

sábado, 16 de julho de 2011

Coisas esquecidas







serei, eu ou parte de mim
que cansada viverá muda
e vivendo na nudez do silêncio
num lugar qualquer do esquecimento
morta na sutileza do pensamento
nem o nome gravado na lembrança
nem uma folha de papel com palavras
nem uma música na madrugada
faz lembrar... faz saber
nem um único gesto de carinho
nem um toque macio de minhas mãos
nem o perfume... faz recordar
se estou morta em todos os sentidos
permanecerei como tal
e nos segundos que se seguem à vida
essas coisas esquecidas... morrem comigo
.




Josinalda Lira

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ave de rapina

voa ave de rapina...


voou e só deixou


minhas anáguas sujas de lembranças


emudeço... em mim o amor nasceu


e na aurora ao longe


ainda vejo suas asas a pousar


em outros amores...


acreditas que sem mim podes ser feliz


eu... eu sei que não posso.



Josinalda Lira


terça-feira, 12 de julho de 2011

A bruxinha



perdi minha vassoura
e os livros de encantamentos
acho que fui roubada pelas fadas
e pelos os duendes da floresta
ou será foram os editores das historias infantis?
que vivem falando mal de mim
mentirosos, sou boa moça
sou apenas uma bruxinha
que não teve a sorte
de ser princesa.

Josinalda Lira

sábado, 9 de julho de 2011

A CHUVA





o céu está escuro
as nuvens negras
esconde tua beleza
estas em cada pedaço de sol
que iluminou o dia
agora a águas se derramam
passeando pelas ruas
escorregando pelos telhados das casas
parecendo um riacho sem peixe
então teus cabelos cantam e dançam
a canção de um coqueiral inclinado pelo vento
pedaços de cores que se misturam
deságua mas adiante
deságua onde desejar
faço um poema que fale sobre ti
se tu trás vida a tantas coisas
se tu matas tantas coisas
então choro por ti...


Josinalda Lira

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CARTA PARA O MEU IRMÃO (Fábio Miranda)

 

                                                                João Pessoa, PB  um triste dia.





Tantos anos se passaram meu irmão, o tempo tentou parar e chorar comigo.
Mas o tempo não parou, a luz de vela se apagou e no escuro eu chorei...
Talvez aquelas águas mortas estejam sofrendo por ter roubado a tua vida
que tanto brincou descalço, olhava para seus pezinhos cansados e continuava livre a correr!
Amava aquelas águas mortas e nela vivia a pescar era um pescador meio gente, talvez nem meio fosse.
Tão pequeno nos olhos, na decepção do peixe que escapou! Ali ficou uma semente, das lembranças que o tempo deixou nascer. Ficou na minha lembrança, talvez uma esperança que você deixou...
Agora você corre nos céus... Pisando em nuvens, imagino seus olhos de criança que entra na dança e vive a sorrir...
Embriagando o ar com um perfume puro agradável de anos felizes
Você só traz paz a memória...Meu pequeno irmão.
O tempo de sua eterna infância.
           


                                                       Ps: Eu tinha 14 anos quando escrevi está carta